Com R$ 3,6 bilhões liberados, a Transnordestina está pronta para criar empregos e revolucionar a logística no Brasil, integrando o Nordeste ao mercado global com novas rotas de exportação e transporte eficiente.

O setor ferroviário brasileiro está prestes a passar por uma revolução histórica, com impactos diretos no desenvolvimento socioeconômico do Nordeste.

O que parecia um sonho distante para muitos agora se aproxima da realidade, com a promessa de acelerar a construção da Transnordestina, uma obra que pode alterar os rumos da infraestrutura do país. Contudo, o que realmente está em jogo? Quais serão os impactos imediatos dessa obra colossal?

No coração desta mudança está o anúncio do governo federal de que mais de R$ 3,6 bilhões serão destinados à conclusão de uma extensão crucial da Transnordestina, ligando o município de Eliseu Martins, no Piauí, ao Porto do Pecém, no Ceará.

Esta ferrovia, com 1.209 quilômetros de extensão, atravessará também o estado de Pernambuco, ampliando as rotas logísticas e acelerando o escoamento de mercadorias, ao mesmo tempo em que promete criar milhares de empregos diretos e indiretos na região.

Novo impulso à Transnordestina

A reunião que selou essa decisão estratégica ocorreu no último dia 17 de setembro, convocada pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

Participaram do encontro representantes de órgãos como o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e a Casa Civil. Durante a reunião, os representantes discutiram os próximos passos para garantir a continuidade das obras, que já estão em andamento.

Segundo informações do ministério, a ferrovia Transnordestina tem importância vital para o desenvolvimento logístico e econômico da região.

“A ferrovia tem importância estratégica para escoar a produção e, também, no abastecimento do Nordeste. É uma obra muito importante para o desenvolvimento da região”, afirmou o ministro Góes. Essa frase sublinha a relevância não só econômica, mas também social dessa infraestrutura.

A importância da ferrovia para a economia do Nordeste

A Transnordestina está inserida no contexto do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma iniciativa do governo que visa não apenas acelerar o crescimento econômico, mas também promover inclusão social.

Segundo Eduardo Tavares, secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), a ferrovia será uma das mais importantes para o desenvolvimento do Brasil. Além disso, sua construção criará empregos e trará novos investimentos à região.

Especificamente no estado do Ceará, a previsão é de que a obra gere cerca de quatro mil empregos diretos e indiretos.

A criação de vagas de trabalho se alinha ao compromisso do governo de utilizar grandes obras de infraestrutura para impulsionar o mercado de trabalho, especialmente em regiões com menores índices de desenvolvimento.

Nova concessão e melhorias tecnológicas

Outro ponto de destaque foi a discussão sobre a implantação de uma nova concessão ferroviária. A novidade é que essa concessão incluirá uma malha de bitola larga, de 1,6 metros, permitindo o uso de vagões maiores, o que deve aumentar a eficiência do transporte de mercadorias.

“Buscamos acelerar mais essa grande entrega do Novo PAC para que o Nordeste possa contar com uma das ferrovias mais importantes para o desenvolvimento do Brasil”, ressaltou Tavares.

A escolha por uma bitola larga não é aleatória. Ela permitirá que a ferrovia suporte vagões com maior capacidade de carga, o que deve reduzir os custos logísticos, além de melhorar a competitividade dos produtos exportados pelo Nordeste.

Ao todo, a obra está orçada em R$ 7 bilhões, com mais da metade desse valor já garantido pelo governo, e tem previsão de conclusão até 2026.

A visita do presidente Lula ao Ceará e a liberação de verbas

O impulso financeiro mais recente para a Transnordestina veio com a visita do presidente Lula ao Ceará no dia 2 de agosto de 2024, quando foi anunciada a liberação dos R$ 3,6 bilhões adicionais. O valor total da obra deve ultrapassar R$ 7 bilhões, consolidando-se como um dos maiores projetos de infraestrutura em andamento no Brasil.

Impactos para o futuro e a relevância do projeto para o Brasil

As expectativas sobre os impactos econômicos são altíssimas. A ferrovia não apenas facilitará o escoamento de produtos agrícolas e industriais, mas também transformará o Nordeste em um centro logístico crucial para o Brasil.

A conexão entre o interior do Piauí e o Porto do Pecém criará novas rotas de exportação, ampliando a competitividade dos produtos nordestinos no mercado global.

Embora os desafios de logística e investimento sejam imensos, o governo federal aposta que a aceleração das obras trará benefícios para além do Nordeste, integrando-o ainda mais ao restante do Brasil e aos mercados internacionais.

FONTE: REVISTA FERROVIÁRIA